Janeiro Branco: A importância da saúde mental e emocional
Você já parou para pensar na sua saúde mental? Em como as coisas te afetam e como você lida com as situações cotidianas? E nas pessoas à sua volta? Nos seus colegas de trabalho, escola, faculdade... Já parou para pensar que talvez eles estejam precisando de ajuda e você nem percebeu? Leia esse texto e entenda como simples gestos podem salvar - literalmente - a vida de alguém.
Cezar Nascimento
1/19/20245 min read


O mês de janeiro é conhecido por ser um período de renovação, de planejamento e de esperança para o ano que se inicia. Mas também é um momento de reflexão, de cuidado e de atenção com a saúde mental e emocional, que muitas vezes é negligenciada ou estigmatizada na sociedade. Por isso, desde 2014, existe a campanha Janeiro Branco, que busca conscientizar as pessoas sobre a importância de prevenir, identificar e tratar os problemas relacionados à saúde mental, como ansiedade, depressão, estresse, pânico, esquizofrenia, bipolaridade, entre outros.
Como surgiu o Janeiro Branco?
A campanha Janeiro Branco foi idealizada por um grupo de psicólogos de Uberlândia, Minas Gerais, liderados por Leonardo Abrahão, que perceberam a necessidade de promover uma cultura de saúde mental na sociedade. Eles escolheram o mês de janeiro por ser um período propício para as pessoas fazerem um balanço de suas vidas, de suas relações, de seus sentimentos e de seus objetivos. Eles também escolheram a cor branca por simbolizar uma folha em branco, na qual podemos escrever uma nova história, com mais bem-estar, equilíbrio e felicidade.
A campanha se espalhou pelo Brasil e pelo mundo, ganhando o apoio de diversas instituições, profissionais, autoridades e mídias. Em 2018, foi criado o Instituto Janeiro Branco, uma associação sem fins lucrativos que coordena e promove as ações da campanha, que incluem palestras, oficinas, cursos, workshops, entrevistas, caminhadas, rodas de conversa e abordagem de pessoas em todos os lugares: ruas, praças, igrejas, empresas, residências, academias, shoppings, hospitais, prefeituras etc.
Do que se trata o Janeiro Branco?
O Janeiro Branco se trata de uma campanha de conscientização sobre a saúde mental, que visa alertar para a importância de cuidar, proteger e gerenciar a saúde mental e emocional das pessoas, a partir da prevenção das doenças decorrentes do sofrimento psíquico, como ansiedade, depressão e pânico. A campanha também busca quebrar tabus, reduzir estigmas e promover o diálogo aberto sobre temas como transtornos mentais, suicídio, violência, bullying, discriminação, entre outros.
O Janeiro Branco defende que a saúde mental é um aspecto vital para a qualidade de vida das pessoas, que influencia diretamente na forma como elas se relacionam consigo mesmas, com os outros e com o mundo. A saúde mental também é um direito humano e um fator de desenvolvimento social, que deve ser garantido e respeitado por todos.
Como prevenir os problemas de saúde mental?
A prevenção dos problemas de saúde mental envolve uma série de medidas que visam promover o bem-estar, o autoconhecimento, a autoestima, a resiliência, a empatia, a gratidão, a esperança e a felicidade das pessoas. Algumas dessas medidas são:
• Buscar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, atividade física regular, sono adequado, lazer, hobbies e contato com a natureza.
• Evitar o consumo excessivo de álcool, tabaco e outras drogas, que podem prejudicar a saúde física e mental.
• Estabelecer uma rotina organizada, com metas realistas, prioridades claras, tempo para o trabalho, para o estudo, para o descanso e para a diversão.
• Cultivar hábitos positivos, como meditar, respirar profundamente, relaxar, ler, escrever, ouvir música, assistir filmes, fazer arte, aprender coisas novas, viajar etc.
• Expressar os sentimentos, as emoções, as opiniões, as necessidades, os desejos, os sonhos, os medos, as angústias, as dúvidas, as frustrações, as alegrias, as conquistas etc.
• Manter uma rede de apoio social, com familiares, amigos, colegas, vizinhos, grupos, comunidades etc., que possam oferecer afeto, compreensão, confiança, respeito, ajuda etc.
• Buscar ajuda profissional, quando necessário, com psicólogos, psiquiatras, terapeutas, conselheiros etc., que possam orientar, acolher, escutar, diagnosticar, tratar, encaminhar etc.
Como identificar pessoas que sofrem com problemas de saúde mental?
As pessoas que sofrem com problemas de saúde mental podem apresentar alguns sinais e sintomas que indicam que algo não vai bem, como:
• Alterações de humor, como irritabilidade, tristeza, euforia, apatia etc.
• Alterações de comportamento, como isolamento, agressividade, impulsividade, compulsão etc.
• Alterações de pensamento, como confusão, delírio, alucinação, paranoia etc.
• Alterações de percepção, como distorção, ilusão, desrealização, despersonalização etc.
• Alterações de memória, como esquecimento, falsa lembrança, confabulação etc.
• Alterações de sono, como insônia, sonolência, pesadelo etc.
• Alterações de apetite, como anorexia, bulimia, compulsão alimentar etc.
• Alterações de peso, como ganho ou perda excessiva de peso, sem motivo aparente.
• Alterações de libido, como aumento ou diminuição do desejo sexual, disfunção sexual etc.
• Alterações de autoimagem, como baixa autoestima, insatisfação corporal etc.
• Alterações de autocontrole, como dificuldade de concentração, de atenção, de planejamento, de organização, de tomada de decisão etc.
• Alterações de autocuidado, como descuido com a higiene, com a saúde, com a aparência etc.
• Alterações de autovalorização, como sentimento de culpa, de vergonha, de inferioridade, de inutilidade etc.
• Alterações de autoconfiança, como medo, ansiedade, insegurança, fobia, pânico etc.
• Alterações de autopercepção, como negação, minimização, racionalização etc.
• Alterações de autoexpressão, como dificuldade de comunicação, de relacionamento, de expressão de sentimentos etc.
• Alterações de autorrealização, como falta de motivação, de interesse, de prazer, de sentido, de propósito etc.
Como ajudar pessoas que sofrem com problemas de saúde mental?
Ajudar pessoas que sofrem com problemas de saúde mental requer sensibilidade, empatia, respeito, paciência, compreensão e solidariedade.
Quando você perceber que há algo estranho com alguém próximo à você, não pergunte, não force nada. Apenas se aproxime e seja paciente. Ouça o que esta pessoa tem a dizer, acolha e ofereça apoio. Reconhecer os sentimentos e as emoções é muito importante nesse momento.
Na maioria das vezes, tudo o que pessoas nessa situação precisam é saber que não estão sozinhas e que o mundo é um lugar bom, apesar de tudo o que ela está passando.
Valorizar as qualidades, as habilidades, as conquistas, o esforço e o progresso de quem está ao seu lado é fundamental para que se crie um ambiente saudável e estimulante para trabalhar e viver.
Não julgue alguém que esteja passando por dificuldade. É impossível você saber o tamanho que aquele problema tem na mente de quem o está enfrentando, por mais simples que possa parecer para você. Tentar minimizar a dificuldade só fará com que a pessoa se sinta ainda pior por não saber lidar com algo que você julga ser simples.
Sempre que possível, incentive a participação em grupos de apoio, prevenção ou orientação. Mesmo que virtuais, estes grupos podem ajudar muito quem está passando por dificuldades. E sempre indique acompanhamento profissional. Ao menor sintoma de estresse, cansaço mental, desatenção... Indique um profissional. A nossa mente foi o que nos tornou o topo da cadeia alimentar do planeta inteiro, e ela não pode ser negligenciada.
Além de tudo isso, não se esqueça de cuidar de si mesmo, da sua saúde mental, da sua qualidade de vida, do seu equilíbrio emocional... É impossível fazer algo pelos outros quando nós mesmos não estamos bem.
Espero que este artigo tenha sido útil para você. Lembre-se que a saúde mental é tão importante quanto a saúde física, e que você não está sozinho nessa.
Já passou ou presenciou alguma dessas situações? Me conta como foi. Vamos compartilhar as nossas experiências para ampliar a discussão sobre esse assunto tão importante mas tão pouco falado nos escritórios mundo a fora.