Você está se sentindo cansada(o)?
Melatonina para dormir, cafeína para acordar, álcool para desacelerar. Suplementos de vitamina D, afinal de contas, você não tem tempo para tomar sol. E aí precisa de outras vitaminas também, porque a imunidade está baixa... Você se identificou com alguma das afirmações acima? Se sim, pare! Leia este texto e depois repense a maneira como está vivendo.
Cezar Nascimento
2 min read


Melatonina para dormir, cafeína para acordar, álcool para desacelerar. Suplementos de vitamina D, afinal de contas, você não tem tempo para tomar sol. E aí precisa de outras vitaminas também, porque a imunidade está baixa...
Você se identificou com alguma das afirmações acima? Se sim, pare! Leia este texto e depois repense a maneira como está vivendo.
Daqui a algum tempo você irá morrer! Sim, é isso mesmo, você, eu e tudo o que está vivo, iremos morrer. Isso parece óbvio, já que a morte é uma certeza que todo ser humano carrega consigo. Mas as pessoas vivem suas vidas como se nunca fossem experimentar a morte. Como se seus entes queridos nunca fossem falecer e com se o inevitável pudesse ser adiado indefinidamente.
Por muito tempo eu coloquei o trabalho em primeiro lugar, deixando de lado coisas como estar com pessoas queridas, datas comemorativas ou churrascos em família. Perdi o crescimento de meu sobrinho e inúmeros aniversários de pessoas queridas, inclusive o meu. Perdi natais e festas de virada de ano, viagens e jantares. Tudo em prol do trabalho.
Na prática, eu vendi esses momentos para que os meus patrões pudessem vivê-los. Perdi saúde no processo. Mental e física. E por muitos anos achei que isso fosse normal, afinal de contas, todo mundo vive assim. As pessoas trabalham, para ganhar dinheiro e pagar suas contas, comprar seus bens materiais, e sonhar com dias melhores que nunca chegam.
Uma vez ouvi uma frase que dizia que “a vida é a história de nossa morte, contada em primeira pessoa”. Essa frase me tocou tão profundamente que no dia seguinte eu tomei a decisão de não perder mais as datas importantes da minha vida. Não mais “vender” as minhas experiências para que outras pessoas as vivessem em meu lugar.
Não é fácil ir de encontro com algo que foi enraizado em sua mente por séculos de doutrinação e direcionamento. Mas em algum momento essa ruptura deve acontecer, ou então chegaremos ao final da jornada com um sentimento de frustração e tristeza por não ter feito tudo o que gostaria, tudo o que poderia, tudo o que deveria... Ou você nunca ouviu falar de alguma pessoa que vive se lamentando por não ter dado o último abraço em alguém que morreu? Por não ter dito o último eu te amo? Por não ter dado o último beijo na esposa ou marido?
E se você é essa pessoa, o que está fazendo para que não aconteça novamente? Como está guiando a sua vida para que não chegue ao fim da jornada como uma pessoa frustrada, que apenas passou pelo mundo, sem nunca ter de fato vivido nele?
Assim como você, eu também não tenho todas as respostas, e estou longe de ser infalível nesta questão, mas uma coisa eu posso afirmar com plena convicção: quando a minha jornada chegar ao fim (e que demore muito tempo para acontecer), será o melhor natal de todos, pois eu terei chegado ao final da melhor história jamais escrita.